Com a saída de Bashar al-Assad e a tomada de Damasco pelos rebeldes, a Síria se prepara para uma nova fase política após mais de uma década de guerra civil devastadora. A queda do regime Assad marca o fim de um governo autoritário de mais de 50 anos, mas deixa um país fragmentado e dividido entre diferentes forças políticas e étnicas.
Bashar al-Assad. Foto: redes sociais/Presidência da Síria
Principais grupos em disputa pelo controle do território:
Hayat Tahrir al-Sham (HTS):
Grupo rebelde sunita que liderou a ofensiva contra o regime.
Controle predominante na região noroeste, incluindo Aleppo, Hama, Homs e agora Damasco.
Liderado por Ahmed al-Sharaa, prometeu reconstruir a Síria, mas enfrenta desconfiança internacional por sua origem ligada à Al-Qaeda.
Grupos Opositores Moderados:
Presentes no centro do país, defendem uma abordagem mais conciliadora.
Podem atuar como ponte para negociações políticas entre forças rivais.
Grupos Alauítas:
Concentrados no litoral sírio, incluindo Latakia e Tartus, onde há bases militares russas estratégicas.
Resistiram à queda de Assad, mas enfrentam crescente isolamento.
Curdos:
Controlam o norte e nordeste do país, apoiados pelos EUA na luta contra o Estado Islâmico.
Enfrentam tensões com a Turquia, que teme a criação de um estado curdo autônomo.
Drusos:
Minoria no sudoeste, busca maior autonomia e independência.
Controlam a região de Sueida, longe dos grandes centros de poder.
Possível futuro político:
Analistas sugerem a criação de uma federação como solução viável para atender às demandas de autonomia desses grupos. Essa estrutura descentralizada permitiria a cada região maior controle sobre seus próprios assuntos, mas exige negociações complexas e apoio internacional.
Desafios no horizonte:
Reconstrução econômica e humanitária: A guerra destruiu grande parte da infraestrutura e causou uma crise humanitária sem precedentes.
Conflitos entre grupos locais: Apesar da queda de Assad, as rivalidades entre os grupos podem gerar novos conflitos.
Interferência externa: Potências como Rússia, EUA e Turquia continuam desempenhando papéis-chave na política síria.
A transição promete ser um processo longo e incerto, mas a esperança de paz e reconstrução começa a surgir em meio aos escombros.