ANTT investigará suspensão da obra da Ferrovia Oeste-Leste na Bahia.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) iniciou uma investigação sobre um possível descumprimento contratual na suspensão das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no trecho que liga Caetité a Ilhéus, na Bahia. A paralisação foi anunciada na última terça-feira (1º) pela BAMIN, empresa responsável pela construção, que desmobilizou o contrato com a Prumo Engenharia após um investimento de R$ 784 milhões.

A suspensão da obra pode resultar na demissão de cerca de 350 trabalhadores terceirizados, segundo a BAMIN. A decisão causou preocupação entre os trabalhadores, que foram informados sobre as demissões na segunda-feira (31).

Foto: Divulgação/BAMIN.

Demissões e impactos

Nesta quarta-feira (2), trabalhadores do canteiro de obras em Uruçuca, no sul da Bahia, participaram de uma assembleia-geral organizada pelo sindicato. No encontro, foi informado que as demissões ocorrerão de forma escalonada até o dia 8 de abril, e que apenas na quarta-feira 70 funcionários já foram desligados.

Alessandro Ribeiro, diretor do Sintepav, afirmou que a decisão foi uma surpresa para a entidade. "Não houve comunicação prévia. A BAMIN simplesmente informou à construtora Prumo Engenharia para suspender as atividades e demitir os trabalhadores", disse.

Busca por investidores

Segundo a BAMIN, o Grupo ERG, controlador da empresa, busca investidores para apoiar a implantação da ferrovia. No entanto, a companhia também confirmou que está em processo de venda, o que pode influenciar no andamento da Fiol.

A Fiol é composta por três trechos e, quando concluída, terá 1.527 km de extensão, ligando o Porto de Ilhéus (BA) a Figueirópolis (TO), onde se conectará à Ferrovia Norte-Sul. A ferrovia é considerada essencial para o escoamento de minério de ferro, grãos e outros produtos agroindustriais, além de ajudar na redução dos custos de transporte e diminuir em 86% a emissão de gases do efeito estufa.

Atualmente, a Fiol 2 está em construção pela Infra S.A., enquanto a Fiol 3 ainda está em fase de estudos. No total, o projeto deve beneficiar diretamente 31 municípios baianos, impulsionando o desenvolvimento econômico da região.